sábado, 21 de agosto de 2010

DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA

Trata-se de uma lesão celular reversível caracterizada pelo acúmulo de água e eletrólitos no interior da célula que a torna tumefeita, aumentada de volume. É a lesão não letal mais comum frente aos mais variados tipos de agressão, independetemente da natureza do agente lesivo, sendo provocada por transtornos no equilíbrio hidroeletrolítico que resulta em reter eletrólitos e água nas células. 
O trânsito de eletrólitos através das membranas depende de mecanismos de transporte feito por canais iônicos. Para seu funcionamento adequado, algumas bombas eletrolíticas dependem de energia na forma de ATP; outras, que não gastam ATP, dependem da estrutura de membrana e integridade das proteínas que formam o complexo enzimático da bomba. Uma agressão pode diminuir o funcionamento da bomba quando altera a produção ou consumo de ATP, interfere com a integridade de membranas ou modifica a atividade de uma ou mais moléculas que formam a bomba. Degeneração hidrópica, portanto, pode ser provocada por grande variedade de agentes lesivos: hipóxia, hipertermia exógena ou endógena (febre), toxinas com atividade de fosfolipase e agressões geradoras de radicais livres.
Macroscopicamente, o aspecto dos orgãos com degeneração hidrópica varia de acordo com a intensidade da lesão. De um modo geral, os orgãos aumentam de peso e volume, as células são mais salientes na superfície de corte e a coloração é mais pálida por que as células degeneradas comprimem os capilares e diminuem a quantidade sangue no orgão.

                                                    Figura do Rim. Processo: Degeneração Hidrópica



Fonte: Bogliolo Patologia Geral. 3ª edição
           Atlas de Microscopia

AMILOIDOSE

Representa um grupo de doenças que tem em comum a deposição no interstício de material protéico fibrilar que possui características físico-químicas e tinturiais particulares. O termo "Amiloidose" foi empregado por Virchow no século XIX, por que a substância cora-se macroscopicamente em azul após ter sido tratada pelo lugol e solução diluida de ácido sulfúrico. A palavra singnifica semelhante ao amido, mas logo demonstrou que o material era protéico, não tendo relação com carboidratos.
As repercussões clínicas dependem de sua intensidade, as principais são síndromes renais ou hepáticas e arritmias cardíacas. Os depósitos amilóides são representados por material amorfo e acidófilo que se deposita no interstício comprimindo e hipotrofiando as células. Nos orgãos e tecidos a substância amilóide deposita-se formando massas de tamanho variado. No fígado, começam nos espaços de Disse e a medida que progridem vão comprimindo e destruindo as lâminas dos hepatócitos, podem apresentar aumento de volume com aspecto homogênio e superfície untosa semelhante a toucinho. Nos rins, os depósitos são frequentes nos glomérulos, formando massas que comprimem e fazem desaparecer os capilares, há tambem aumento de peso, volume e consistência. No coração, os depósitos geralmente se iniciam na região subendocárdica comprometendo o sistema de condução.
As amiloidoses podem ser classificadas em : sistêmica ou localizada, primária (quando não tem causa conhecida) ou secundária (provocada por doenças) e ainda pode ser hereditária quando condicionada por um fator genético conhecido.

Fonte:Bogliolo Patologia Geral, 3ª edição



sexta-feira, 13 de agosto de 2010

MORTE CELULAR

As células do nosso organismo devem ser mantidas em condições constantes no que diz respeito a temperatura, irrigação sanguínea, oxigenação e suprimento de energia (homeostase). Agressões intensas podem levar a  lesões celulares reversíveis, chamadas assim pois caso o estímulo agressor cesse, as células retomam ao seu estado normal, funcional e morfológico. Se por ventura o estimulo agressor seja mais intenso e mais prolongado, ocorre lesão celular irreversível, culminando com a morte da célula.
As duas formas de morte celular de maior ocorrência em mamíferos são a necrose e apoptose. A necrose é de incidência pouco previsível, geralmente acidental, promovendo reação inflamatória local.As membranas das células perdem sua integridade ocorrendo o extravasamento de substâncias contidas nas células que entram na corrente circulatória podendo ser detectada e interpretada como evidência de morte celular. Como consequência da necrose, ocorre inflamação nos tecidos adjacentes para eliminação dos tecidos mortos e posterior reparo. Durante esta processo inflamatório acumulam-se leucócitos na periferia do tecido lesado, que liberam enzimas úteis na digestão das células necróticas. Já a morte celular por apoptose é a forma mais comum por ocorrer em praticamente todos os tipos celulares, expressam-se de maneira programada e silenciosa, não promovendo inflamação. Morfologicamente as células apoptóticas diminuem de tamanho, exibem cromatina condensada formando agregados próximos a membrana nuclear e a seguir há formação de fragmentos celulares percebendo-se finalmente a fagocitose das células por macrófagos.
A morte celular de qualquer tipo pode ser identificada quando a membrana celular ou plasmalema estiver lesada a ponto de permitir a entrada de moléculas para o seu interior, inclusive de corantes que normalmente não atravessam a membrana externa.
 By Ivo Leal


Referências:
FRANCO, M.; MONTENEGRO, M.R.; BRITO T.; BACCHI, C. E.; ALMEIDA, P. C.; Patologia - processos gerais - 5ª ed., São Paulo: Atheneu, 2010;
www.pathology.com.br