sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Pielonefrite Aguda: Características e Processo de Reparo

A Pielonefrite aguda é uma inflamação supurativa do rim, causada por infecção bacteriana quer hematogênica e induzida por disseminação septicêmica, quer ascendente e associada a refluxo vesicouretral. As características fundamentais da doença consistem em inflamação supurativa intersticial focal e necrose tubular. A supuração pode ocorrer na forma de abscessos focais afetando um ou ambos os rins. A distribuição dessas lesões é imprevisível e aleatória entretanto, na associada ao refluxo, ocorre a lesão mais nos póros inferior e superior.
Após a fase aguda ocorre cicatrização. O infiltrado de neutrófilo é substituído por outro que é predominantemente mononuclear, com macrófagos, plasmócitos e linfócitos. Os focos inflamatórios são substituídos por cicatrizes que podem ser vistas na superfície cortical como depressões fibrosas. Estas cicatrizes caracterizam-se a nível microscópio por atrofia dos túbulos, fibrose intersticial e infiltrado de linfócitos, podendo assemelhar-se a cicatrizes produzidas por lesão isquêmica ou por outros tipos de lesão renal.

Fonte: Robbins: Patologia Estrutural e Funcional

sábado, 16 de outubro de 2010

REPARO DOS TECIDOS

A capacidade do corpo de substituir células lesadas e de proceder ao reparo dos tecidos após inflamação é crítica para a sobrevivência. Uma grande variedade de agentes lesivos disparam uma série de eventos que servem não apenas para conter a lesão, mas também para preparar as células que não foram letalmente danificadas para a replicação necessária a substituição das células mortas.
O reparo envolve:
* REGENERAÇÃO: substituição das células lesadas por células do mesmo tipo, sem deixar, qualquer vestígio residual da lesão anterior.
* FIBROSE: substituição por tecido conjuntivo que deixa cicatriz permanente.

Tanto a regeneração quanto a fibrose são determinados por mecanismos similares, envolvendo a migração, proliferação e diferenciação celular, bem como interações entre célula e matriz.
Pode-se observar que nem todas as lesões resultam em dano permanente, algumas sofrem resolução com retorno quase perfeito da estrutura e funções normais. Com mais frequencia a lesão e a resposta inflamatória resultam em fibrose residual, a formação da cicatriz fornece um "remendo" que permite ao parênquima continuar a funcionar . Algumas vezes a cicatriz é tão grande que pode causar disfunção, como ocorre no infarto do miocárdio cicatrizado. Neste caso o tecido fibroso constitui uma carga permanente para o músculo residual sobrecarregado.

O processo de reparo reforça a notável capacidade do corpo humano de restaurar a si mesmo, ultrapassando de longe qualquer aparelho fabricado por seres humanos.




Fonte: ROBBINS, Patologia estrutural e funcional - 6ª ed.